Em apenas um dia, 40 por cento da área superficial da Gronelândia derreteu, com uma perda recorde de 2 mil milhões de toneladas de gelo. Uma foto partilhada por um climatólogo tornou-se viral, ao expor o fenômeno abrupto de degelo.
A foto foi captada por Steffen Olsen, do Centro para o Oceano e o Gelo, do Instituto Meteorológico Dinamarquês, no dia 13 de junho.
O investigador deparou-se com uma imagem aterradora: grande parte do gelo tinha derretido e os cães de trenó estavam a caminhar sobre água. O manto de gelo tinha apenas 1,2 metros de espessura.
A imagem rapidamente se tornou viral. Ao partilhar a imagem no Twitter, Olsen alertou para a necessidade de uma "previsão mais apurada no Ártico" dado a existência destes "eventos extremos, neste caso a inundação pelo início abrupto do derretimento da superfície".
Communities in #Greenland rely on the sea ice for transport, hunting and fishing. Extreme events, here flooding of the ice by abrupt onset of surface melt call for an incresed predictive capacity in the Arctic @BG10Blueaction @polarprediction @dmidk https://t.co/Y1EWU1eurA— Steffen M. Olsen (@SteffenMalskaer) 14 de junho de 2019
O Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos revelou que mais de 40 por cento da área superficial da Gronelândia derreteu na passada quinta-feira – aproximadamente 712 mil quilômetros da superfície – o que representa uma perda de 2 mil milhões de toneladas de gelo.
O ocorrido é altamente invulgar para o mês de junho, dado que a maioria do degelo se dá normalmente em julho. Tal pode indicar que, este ano, a Gronelândia obtenha novos recordes de gelo derretido.
Jason Box, um climatólogo no Serviço Geológico da Dinamarca e da Gronelândia previu que 2019 seria "o maior ano de degelo para a Gronelândia". E relembrou que, este ano, já se verificou um degelo anormal em abril, o que significa que a época de degelo "está a acontecer três semanas mais cedo do que a média, e mais cedo do que o recorde de degelo do ano de 2012".
Sequência de grandes épocas de degelo
Na quarta-feira, a meteorologia previu temperaturas invulgarmente elevadas em algumas zonas da Gronelândia: 17,3 graus. Impulsionadas pelo ar mais quente que se deslocava do sul, o aumento foi sentido na Gronelândia e no resto do Ártico.
As temperaturas no mês de maio subiram aproximadamente sete graus relativamente à média calculada de entre 1981 e 2010. Por sua vez, levaram a um recuo do gelo, com a segunda menor extensão de gelo dos últimos 40 anos.
Períodos de degelo significativo não são tão invulgares – ocorreram em 2007, 2010 e 2012. O sucedido "é comparável a alguns picos que vimos em junho de 2012", disse Thomas Mote, investigador na Universidade da Geórgia, à CNN. Em 2012, aproximadamente 97 por cento da camada de gelo derreteu, a primeira vez na História.
"Temos assistido a uma sequência de grandes épocas de degelo, a começar em 2007, que seria inédito anteriormente. Não vimos nada assim antes do final dos anos 1990", acrescentou.
Tal significa que as épocas de degelos estão a tornar-se cada vez mais comuns, podendo contribuir para a subida do nível das águas. "A Gronelândia tem contribuído de forma crescente para a subida do nível do mar a nível global nas últimas duas décadas", disse Mote.
A nível local, o degelo acarreta também consequências, uma vez que a população local depende do gelo para caçar, pescar e circular.
Fonte: https://www.rtp.pt/noticias
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