Grande Arquiteto do Universo, etimologicamente se refere ao principal Criador de tudo que existe, principalmente do mundo material (demiurgo) independente de uma crença ou religião específica.
Conceito no Cristianismo
O conceito de Deus como o Grande Arquiteto do Universo tem sido empregado muitas vezes no cristianismo. Ilustrações de Deus como o arquiteto do universo podem ser encontradas em Bíblias desde a Idade Média e regularmente empregadas pelos apologistas e professores cristãos.
O Cristianismo usa regularmente conceituar Deus como “Grande Arquiteto do Universo”.
Bíblias desde Idade Média têm ilustrado Deus como o arquiteto do universo. Esta referência é apresentada com regularidade.
Teólogos cristãos como Tomás de Aquino sustentam que existe um Grande Arquiteto do Universo, a Primeira Causa, e que este é Deus. Os comentadores de Aquino, como Stephen Richards têm apontado que a afirmação de que o Grande Arquiteto do Universo é o Deus cristão não é evidente, com base na "teologia natural" somente, mas requer adicionalmente de um "salto de fé" baseado na revelação da "Bíblia".João Calvino, em seu Instituto da Religião Cristã (publicado em 1536), chama repetidamente o Deus cristão de "O Arquiteto do Universo", também se referindo aos seus trabalhos como "Arquitetura de Universo", e em seu comentário sobre Salmo 19 na Bíblia católica, Salmo 18 refere-se à Deus como o "Grande Arquiteto" ou "Arquiteto do Universo".
Conceito maçônico
O conceito do 'Grande Arquiteto do Universo' está além de qualquer credo religioso, respeitando toda a sua pluraridade. A crença num ser supremo é ponto indiscutível, para que se possa ser iniciado na maçonaria, uma realidade filosófica mas não um ponto doutrinal.
Como é uma escola de filosofia, moral e bons costumes, e não sendo uma religião, a maçonaria não pretende concorrer com outras religiões.
Permite aos seus iniciados a crença em qualquer uma das religiões existentes, exigindo apenas a crença num ser superior, criador de tudo e de todos, que o candidato já acreditasse antes mesmo de considerar a possibilidade de vir a ser um maçom.
Assim, 'Grande Arquiteto do Universo' ou 'G.·.A.·.D.·.U.·.' é uma designação maçônica para uma força superior, criadora de tudo o que existe.
Com esta abordagem, não se faz referência a uma ou outra religião ou crença, permitindo que maçons muçulmanos, católicos, budistas, espíritas e outros, por exemplo, se reúnam numa mesma loja maçônica.
Para um maçom de origem muçulmana se referiria a Alah, para outro de católica, seria Deus, de qualquer forma significaria O Criador Supremo. Assim as reuniões em loja podem congregar irmãos de diversas crenças, sem invadir ou questionar seus conteúdos. A atividade da Maçonaria em relação ao Grande Arquiteto do Universo - G.·.A.·.D.·.U.·., envolve estudos filosóficos e não proselitismo.
Sendo a maçonaria uma instituição que teve origem histórica nas corporações de construtores medievais – que eram formadas por arquitetos, engenheiros, artesãos, pedreiros e outros profissionais ligados à área da construção civil e militar – e, ainda nos nossos dias, valer-se de instrumentos daqueles ofícios como ícones simbólicos (o compasso e o esquadro, por exemplo), nada mais natural que denomine o projetista ou construtor de tudo o que existe como O Grande Arquiteto do Universo. Denominações adicionais para o Criador como O Grande Arquiteto dos Mundos ou O Grande Geômetra são encontradas em alguns livros maçônicos, todas com o mesmo significado.
Para os Maçons Deus é o amor infinito, a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, é aquele que não tem começo nem fim, e não pode ser conhecido através dos esforços intelectuais de uma mente humana que, por mais avançada ou capaz que seja, está sujeita a limitações. Deus, portanto, é uma força que não pode ser analisada ou mensurada, só podendo ser sentida e contemplada através de suas manifestações. Esta força é o que os maçons chamam de Grande Arquiteto, gerador do universo, do homem e da vida em todas as suas formas.
Conceito hermético
O Hermetismo é o estudo e prática da filosofia oculta e da magia, de um tipo associado a escritos atribuídos ao deus Hermes Trismegistus, "Hermes Três-Vezes-Grande", uma deidade sincrética que combina aspectos do deus grego Hermes e do deus egípcio Thoth.
Estas crenças tiveram influência na sabedoria oculta europeia, em especial desde a Renascença, quando foram reavivadas por figuras como Giordano Bruno e Marsilio Ficino. A magia hermética passou por um renascimento no século XIX na Europa Ocidental, onde foi praticada por nomes como os envolvidos na Ordem Hermética do Amanhecer Dourado e Eliphas Lévi. O hermetismo também está associado à alquimia e a astrologia.
Hermes Trimegisto, o Três Vezes Grande, era considerado pelos Egípcios o Mensageiro dos Deuses, por ter transmitido os ensinamentos a este grande povo da antiguidade e ter implantado a tradição sagrada, os rituais sagrados, e os ensinamentos das artes e ciências em suas Escolas da Sabedoria.
O Grande Arquiteto também pode ser uma metáfora aludindo à potencialidade divina de cada indivíduo. "Deus) ... Esse poder invisível que todos sabemos existir, mas entendida por muitos nomes diferentes, tais como Deus, o universo, o Espírito, o Ser Supremo, a Inteligência, Mente, Energia, Natureza e assim por diante."
Na Tradição Hermética, cada pessoa tem o potencial de tornar-se Deus, esta ideia ou conceito de Deus é percebido como interno e não externo. O Grande Arquiteto é também uma alusão ao universo criado observador. Nós criamos nossa própria realidade, por isso nós somos o arquiteto. Outra forma seria a de dizer que a mente é o construtor.
Os Herméticos não instituíram uma religião, de forma que seus princípios pudessem ser aproveitados por todas mas não pertencessem a nenhum credo. De fato, os ‘Princípios Herméticos’ são baseados nas Leis da Natureza, e como tais pertencem somente à Ordem Divina.
Conceito Platonista
O sistema metafísico de Platão centraliza-se e culmina no mundo divino das idéias; e estas contrapõe-se a matéria obscura e incriada. Entre as idéias e a matéria estão o Demiurgo (Arquiteto Universal ou construtor) e as almas, através de que desce das idéias à matéria aquilo de racionalidade que nesta matéria aparece.
O divino platônico é representado pelo mundo das idéias e especialmente pela idéia do Bem, que está no vértice. A existência desse mundo ideal seria provada pela necessidade de estabelecer uma base ontológica, um objeto adequado ao conhecimento conceptual.
Esse conhecimento, se impõe ao lado e acima do conhecimento sensível, para poder explicar verdadeiramente o conhecimento humano na sua efetiva realidade. E, em geral, o mundo ideal é provado pela necessidade de justificar os valores, o dever ser, de que este nosso mundo imperfeito participa e a que aspira.
O Bem nunca é chamado de Deus por Platão, mas sim o Demiurgo, que é o ordenador supremo do mundo, é o pai e arquiteto do Universo, o Deus que criou o mundo por amor e que moldou com suas próprias mãos a Alma do mundo.
Conceito do ponto de vista da gnosis
O conceito de Grande Arquiteto do Universo ocorre no gnosticismo. O Demiurgo é o Grande Arquiteto do Universo, o Deus do Antigo Testamento, em oposição a Cristo e Sophia mensageiros da Gnose do Verdadeiro Deus. Ebionits como Notzrim, por exemplo, o Rabba Pira, é a fonte de origem, e, recipiente de todas as coisas, que é preenchido pelo Rabba Mana, o Grande Espírito, do qual emana a primeira vida.
A primeira vida reza para a companhia e filhos, após o que a segunda vida, o Ultra Mkayyema ou mundo que constitui Æon, o Arquiteto do Universo, vem a ser. A partir desse Arquiteto vem uma série de æons, que erguem o universo sob a comando da gnosis, o conhecimento personificado de vida.
O conceito de gnose pode ser dividido em duas características básicas. A primeira é quando a pessoa crê que a realidade atual é opressora e escravizante. A segunda é que existe um conhecimento que liberta dessa opressão. Gnosis em grego quer dizer conhecimento.
O Demiurgo, o Artífice ou Criador, em alguns sistemas de crenças, é a deidade responsável pela criação do universo físico. Originalmente, o demiurgo era descrito como uma entidade divina nos trabalhos de Platão, cerca de 360ac, porém mais tarde no Gnosticismo o termo refere-se ao maligno deus criador do mundo material.
O demiurgo aparece em diferentes sistemas religiosos e filosóficos, mas notavelmente no Platonismo e mais tarde no Gnosticismo. No platonismo, o demiurgo é uma divindade ou força criativa que deu forma ao mundo material. Platão usa o termo para significar a criação omni-benevolente. Para Platão, o demiurgo é uma criador (de leis ou do céu) ou o criador (do Mundo) em Timaeus.
Já no Gnosticismo, uma divindade subordinada à Divindade suprema, algumas vezes considerada como o criador do mal. Uma força que governa ou poder criativo.
Ele é o formador do Mundo inferior (ou material). Considerado como o chefe dos Arcontes e de sabedoria limitada e imperfeita. Segundo os Gnósticos, esta entidade seria o Deus do Velho Testamento da Biblia. Este ente tem a arrogância típica dos que se acham onipotentes, contudo não é mau. Criador de tudo que conhecemos, porém acha que todos devem curvar-se a sua divindade.
Entretanto questionado por Sophia (Na tradição gnóstica, Sophia é uma figura feminina, análoga à alma humana e simultaneamente um dos aspectos femininos de Deus) que quer que as Almas do Mundo sejam livres, rebela-se e envia aos homens o seu filho mais querido, o Cristo. Assim as Almas tenham consciência de sua parcela divina e partam para o Pleroma.Para impedir isso, o Demiurgo cria inúmeras ilusões para afastar as Almas de sua legítima parcela divina e sejam escravos da roda do Mundo, a Reencarnação. Portanto, a entidade poderá continuar a ser governante desta pequena Esfera de Vida onde é absoluto.