Piratear satélites pode não ser assim tão complicado quanto pensamos. Os hackers podem simplesmente desligá-los ou até mesmo usá-los como armas.
No mês passado, a SpaceX tornou-se a operadora da maior constelação de satélites ativos do mundo. No final de janeiro, a empresa tinha 242 satélites em órbita no planeta, com planos para lançar 42.000 na próxima década. Isto faz parte do seu ambicioso projeto de fornecer acesso à Internet em todo o mundo.
A corrida para colocar satélites no espaço está em andamento, com a Amazon, a OneWeb e outras empresas a competir para colocar milhares de satélites em órbita nos próximos meses.
Estes novos satélites têm o potencial de revolucionar muitos aspetos da vida quotidiana. No meio de toda a fanfarra, há um perigo que paira: a falta de normas e regulamentação de segurança cibernética para satélites comerciais. O especialista William Akoto diz ter plena consciência de que isto deixa-os altamente vulneráveis a ataques cibernéticos.
Se os hackers controlassem estes satélites, as consequências poderiam ser terríveis. No extremo mundano da escala, os hackers poderiam simplesmente desligar os satélites, negando o acesso aos seus serviços. Os hackers também podem bloquear ou falsificar os sinais dos satélites, criando estragos críticos nas infraestruturas. Isto inclui redes elétricas, redes de água e sistemas de transportes.
Alguns destes novos satélites têm propulsores que lhes permitem acelerar, desacelerar e mudar de direção no espaço. Se os hackers controlassem estes satélites direcionáveis as consequências poderiam ser catastróficas. Os piratas informáticos podem alterar as órbitas dos satélites e colidi-los com outros satélites ou até mesmo com a Estação Espacial Internacional.
A ampla disponibilidade dos componentes usados significa que os hackers podem analisá-los em busca de vulnerabilidades. Além disso, muitos dos componentes utilizam tecnologia de código aberto. O perigo aqui é que os hackers podem inserir vulnerabilidades no software dos satélites.
A natureza altamente técnica destes satélites também significa que vários fabricantes estão envolvidos na construção dos vários componentes. O processo de inserção destes satélites no espaço também é complicado, envolvendo várias empresas.
Mesmo quando estão no espaço, as organizações que possuem os satélites geralmente subcontratam outras empresas para a sua administração diária. Com cada fornecedor adicional, as vulnerabilidades aumentam.
Piratear alguns deles pode ser tão simples quanto esperar que um passe por cima das nossas cabeças e depois enviar comandos maliciosos usando antenas terrestres especializadas.
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