quinta-feira, 29 de agosto de 2019

O Avião espacial X-37B orbita a Terra há 719 dias "Mas não se sabe porquê"

Um avião militar sem tripulantes, movido a energia solar, quebrou o seu recorde de duração de voo espacial e passou mais de 719 dias a orbitar a Terra.

O avião espacial X-37B pertence à Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e esta é a sua quinta missão — o Orbital Test Vehicle 5 (OTV-5). No entanto, os resultados das suas missões permanecem confidenciais.

Na segunda-feira, o avião quebrou o recorde estabelecido pela missão anterior, o OTV-4, que permaneceu no ar por 717 dias, 20 horas e 42 minutos. O OTV-5 bateu esse às 10 horas e 43 minutos, no dia 26 de agosto. Hoje, o avião está quase no final do dia 719.

Embora a USAF não evite falar sobre o avião espacial, usa termos muito gerais. Mas é de conhecimento público que a USAF tem, pelo menos duas aeronaves movidas a energia solar construídas pela Boeing.

A última missão foi lançada a 7 de setembro de 2017 pelo foguete Falcon 9 da SpaceX e ainda está ativa. Não está claro quando termina a sua missão, mas o avião está preparado com rodas para aterrar na pista.

De acordo com a USAF, os objetivos primários do X-37B são pesquisar tecnologias de veículos espaciais reutilizáveis para o futuro dos EUA no espaço e, conduzir experiências que se possam trazer para a Terra para as examinar.

Segundo a Space, as tecnologias testadas no programa incluem: orientação avançada, navegação e controle, sistemas de proteção térmica, aviônica, estruturas e vedações de alta temperatura, isolamento reutilizável conforme, sistemas eletromecânicos de voos leves, sistemas avançados de propulsão, materiais avançados, voo orbital autônomo, reentrada e aterragem.

No passado, o mistério em torno desta missão levou à especulação de que os militares podiam estar a testar um EM Drive no espaço — um hipotético sistema de propulsão sem combustível que foi estudado pela NASA e que a China alega já estar a testar.

Outras especulações sugeriam que a USAF podia estar a usar o X-37B para pesquisa de armas ou operações de vigilância da órbita. Contudo em 2010 a Força Aérea negou que o programa envolvesse qualquer “capacidade ofensiva”.

“O programa apoia a redução de riscos tecnológicos, a experiência e o desenvolvimento de conceitos operacionais”, disse um porta-voz na altura.

Independentemente da missão do avião, este foi projetado para um tempo de órbita de apenas 270 dias. O facto de ter sido capaz de mais do que duplicar o tempo é uma conquista para as aeronaves movidas a energia solar.

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