Abrigos nucleares e Bunkers na Suíça
Desde os anos 60 existe a Lei Federal Suíça sobre Proteção Civil que obriga que todos os cidadãos suíços tenham fácil e rápido acesso a abrigos atômicos. Sim, um abrigo com uma espessa porta blindada, sistema de ventilação próprio e filtro contra gases. A ideia era que, se houvesse uma explosão atômica, a população Suíça sobreviveria.
Aqui onde moro são cinco casas construídas geminadas, aqui chamadas de Vila. A casa do meio, de fácil acesso para as outras quatro, quando construída em 2001, teve que prever um abrigo que comportasse todos os vizinhos. Claro que os custos foram repartidos proporcionalmente para que o bunker da Vila, exigência legal em uma construção, seja oficialmente lá.
Hoje estes bunkers acabaram virando a “cave”, uma espécie de adega misturada com depósito. É na Cave que a maioria das famílias guardam coisas que não usam direto desde equipamentos esportivos passando por eletrodomésticos e claro, os vinhos, que desfrutam de uma temperatura geralmente mais fresca e da ausência de luz.
A piada aqui é que temos que ter certeza que um abridor de garrafas fique direto nos bunkers assim, no caso de uma explosão, enquanto se espera socorro dentro do abrigo, se bebe a adega inteira.
Realmente o Suíço, país conhecido por sua neutralidade, exagera. Faz tempo que não entra em guerra mas gasta 20% de seu orçamento em defesa. Dados mostram que em 2006, havia 300 mil abrigos em residências, instituições e hospitais, bem como 5.100 abrigos públicos, proporcionando proteção para um total de 8.6 milhões de cidadãos – um grau de cobertura de 114%, ou seja, tinha abrigo para mais pessoas que a população inteira suíça daquela época.
Alguns países Europeus têm abrigos para a população mas o que se sabe é que em nenhum lugar do mundo a cobertura é para a população inteira. É curioso que em Israel, onde os conflitos infelizmente são uma constante, apenas 2/3 da população tem cobertura nos abrigos subterrâneos não resistentes a chuva radioativa.
A febre das construções de abrigos ocorreu na segunda metade dos anos 60. Naquela época existia o fantasma de uma invasão soviética. A principal argumentação era que a neutralidade suíça não era uma garantia radioativa. Verdade. E gastou-se uma fortuna neste país para assegurar a proteção de sua população.
O túnel de Sonnenberg, inaugurado em 1976 em Lucerna, se gabava de poder abrigar até 20,000 pessoas. Sim, esta função foi considerada na execução do projeto que consistia em sete níveis acima do túnel, com um hospital, um teatro operacional, um estúdio de radio, um centro de comando. A estrutura foi abandonada em 2006, por ser deficiente sob vários aspectos, inclusive fechamento completo e hermético de portas super imensas.
Já ouvi umas histórias que existem hospitais subterrâneos embaixo de várias cidades por aqui. Nunca visitei mas fico imaginando o custo de manter tamanha estrutura.
Outra história que ouvi é que algumas pontes estratégicas têm embaixo de suas construções dinamite, para serem facilmente acionadas caso necessitem isolar algumas regiões. Defesa, de novo.
Nas estradas é possível observar hangares disfarçados com grama plantada no teto, para não serem vistos em uma invasão aérea. Louco não? Observe a foto ao lado que tirei um dia voltando de um hiking. A elevação da grama mascara a construção. Quando sobrevoado, este campo parece totalmente gramado.Em 2005 um parlamentar tentou convencer o pessoal daqui que estes abrigos só encarecem as construções e aumentam o custo de vida.
Autoridades reestudaram então o assunto e finalmente concluíram que manteriam os abrigos sim, pois apesar do fantasma da invasão soviética ter sido dissipado, estes abrigos seriam uma solução nos casos de ataques terroristas.
E assim continua a obrigatoriedade de construir os bunkers em todas as novas construções suíças. E é claro que saca-rolhas continuam sendo esquecidos em lugares estratégicos.
Fonte: Swissinfo
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